quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Afundando

A sensação de estar em outro plano voltou.
É como se fisicamente eu estivesse aqui como sempre, mas agora é tudo tão distante e mais chato. Então eu fico aqui vivendo na minha cabeça mesmo. Como se define viver? Não sei se posso dizer que estou mesmo vivendo aqui dentro.
Cansaço bizarro. Pelo menos parece que isso tem funcionado, parece mais fácil dormir agora. E agora toda noite tem sonho, é meio triste na verdade porque eu me questiono a razão de acordar. Lá é tudo tão mais legal.
Tem essa, escuridão estranha que eu vejo por aí, quando a iluminação é meio fraca e a qualidade da câmera que filma não é lá essas coisas, mais em filmes antigos mesmo. Não sei explicar, tomara que alguém um dia consiga. Mas essa escuridão dá saudade, dá uma sensação boa e ao mesmo tempo horrenda. Faz desejar estar lá, ao mesmo tempo que você quer fugir daquilo.
Queria dormir. Desejo isso quase chorando, porque não é só cansaço físico. E eu sei que não vai funcionar. Dormir sem se preocupar em acordar no dia seguinte, sem se preocupar com o mundo, acordar naquela luz fraca de um dia que não quis acordar também... e ver que todo mundo está morto, alguma coisa nova está por aí.
Desespero...
Às vezes penso que estou afundando, mas é exagero. Eu to bem, só preciso de mais um tempo aqui, ficar um tempo no buraco um pouco, depois eu levanto...


Me lembro dos prédios, a gente andava por entre eles, era uma cidade estranha. E não parecia tão escuro, ao contrário da maioria dos outros sonhos.
A gente sentava em um caminho de pedras que tinha por ali entre os prédios, pareciam todos residenciais. Os outros dois que estavam com a gente continuam andando e depois paravam mais à frente. Algumas partes ficaram meio nebulosas na memória, não sei direito como o assunto começou. Lembro que uma hora ela estava dizendo que não precisava de ninguém pois já tinha um ******** e tal. Eu fiquei olhando para a sacada de um dos prédios, meio baqueado pela conversa. Em um momento, quando ela terminou, ela perguntou alguma coisa relacionada a mim. Eu lembro de estar com vergonha e meio perdido olhando pra sacada, e de falar, meio sem falar, que só queria estar com ela mesmo. Foi um momento esquisito e agora fica bem nebuloso. Mas a reação dela foi totalmente diferente do esperado, lembro dela me abraçar e pedir desculpa, aparentemente por ver que, sei lá, eu era diferente. Foi estranho, mas não posso negar que tenha sido bom, ótimo aliás. Depois ficamos andando, não muito, porque nessas horas as cortinas sempre se fecham.
E a gente volta pra cá.

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